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Filho de Juan Rulfo produz uma série documental sobre a vida do escritor mexicano
Autor de ‘Pedro Páramo’ completaria 100 anos em 16 de maio, data prevista para o lançamento da obra na TV
28/03/2017 às 10:31São grandes os abismos literários que separam os países dentro da América Latina, mas existem os filmes que podem funcionar como pontes – apresentando os maiores nomes da literatura hispano-americana aos brasileiros, por exemplo (e vice-versa). A internet está aí para provar que tenho razão: joguei no Google, a título de ensaio, a expressão “Gabriel García Márquez documental” (documentário) e encontrei dois ou três achados interessantes (como este).
No Brasil, o maior dos clássicos mexicanos, Pedro Páramo, do escritor Juan Rulfo (1918-86), não são muitos os que conhecem (apesar do romance ser considerado um dos melhores e mais influentes da literatura hispano-americana e de haver disponíveis ao menos quatro edições em português, a principal delas feita pelo escritor brasileiro Eric Nepomuceno). O livro (o único romance escrito por Rulfo), narrado em fragmentos sem sequência temporal, numa mistura de primeira e terceira pessoas, acompanha a busca de Juan Preciado pelo pai, Pedro Páramo, depois da morte de sua mãe. Não está explícita a época em que se conta a história, mas há indícios de ser a da Revolução Mexicana (1910-1920), cujo contexto violento levou à morte vários familiares do escritor e portanto lhe serviu de pano de fundo.
Pois vem aí uma série documental sobre Juan Rulfo, produzida por seu filho, o cineasta Juan Carlos Rulfo (de Memórias Perdidas – Del Olvido al No me Acuerdo, 1999), que deve estrear no dia 16 de maio – data em que o escritor (e fotógrafo também) completaria 100 anos. Segundo o realizador de cinema e TV, o objetivo é que as novas gerações conheçam o trabalho de seu pai e também o México rural, no estado de Jalisco, onde ele cresceu e se inspirou para escrever sua obra-prima.
Rulfo filho ainda não sabe se a série será exibida na tv aberta do México ou por cabo, porque ainda não tem comercializada a distribuição. Mas digo que isso cada vez menos importa. Agora que sabemos que existe, sempre poderemos rastreá-la na internet.
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